O servidor mais desconfiado já se fez essa pergunta: “quais as razões que levaram Nedson a fazer o adiantamento do 13º salário neste ano?”. Decisão esquisita esta, não é mesmo?

            Não estamos mais em período eleitoral. Para quem esqueceu, não custa lembrar que era sempre em véspera de eleição que Nedson lembrada do servidor – para logo em seguida esquecer de novo, é verdade. Em 2004, durante a campanha para a própria reeleição, promoveu novas regras e benefícios para a Promoção por Conhecimento no PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários). Passado o resultado das urnas, suspendeu os mesmos artigos que havia criado. No mesmo ano, mandou para a câmara a Lei de Diretrizes Orçamentárias que previa a reposição salarial dos servidores, que na época chegava a 21%. O tempo também se encarregou de apagar esse compromisso da memória do prefeito.

            É por estas e por outras que o servidor anda com a pulga atrás da orelha. Será que Nedson foi acometido por um súbito peso na consciência por deixar uma dívida de quase 40% com o servidor? Será que com esta decisão de adiantar o 13º ele pretende reparar algo feito de errado no passado? Reparem que adiantar a primeira parcela do pagamento nada mais é do que uma atitude política do prefeito, a mesma que faltou em 2005 ao assumir por escrito um compromisso com a categoria para pôr fim ao movimento reivindicatório dos servidores e depois ignorar o documento.

            Nedson não se mostra assim um péssimo político, mas também um péssimo prefeito. Acha que pode reparar o mal causado durante os últimos quase oito anos a categoria com uma canetada destas em final de mandato. Com o dinheiro acumulado ao longo desse período não fez mais que a obrigação. Mesmo porque, muito desse dinheiro acumulado saiu do bolso do servidor que sofre com uma defasagem salarial de quase 40%.