Listas indicam nomes para equipe de Barbosa


Pelo menos na Saúde e na Caapsml, circulam abaixo-assinados reivindicando nomeações ao prefeito eleito

Uma semana depois da vitória de Barbosa Neto (PDT) nas urnas, a pressão dos grupos que disputam espaço na futura administração municipal aumentou. Nos setores em que não aparecem listas com nomes de secretariáveis, casos de educação, cultura e esporte, os candidatos se movimentam, passando abaixo-assinados entre servidores públicos, pedindo as suas nomeações, casos da saúde e Caapsml, a caixa de previdência do funcionalismo municipal.

Barbosa Neto, que apontou o coordenador da sua campanha no “terceiro turno”, Kentaro Takahara, como “o perfil que vai nortear a escolha dos secretários” disse ontem que só conversou oficialmente com os setores de educação e assistência social. Ele não quis comentar os casos das listas de assinaturas que pedem a manutenção ou a escolha de algum secretário. “Não recebemos nada oficialmente nessas áreas, eu preciso conversar com eles, depois sentar com o grupo de transição e fazer uma checagem. Ainda é cedo”, declarou o pedetista.

Ele disse que vai “anunciar o secretariado de uma vez” e não quis “falar sobre nomes individualmente”. “Não é justo falar sobre um nome, acaba queimando”, declarou.

Enquanto isso, as listas correm com força nos departamentos da Prefeitura. Na Saúde, onde corre um abaixo-assinado pedindo a nomeação do médico Agajan Der Bedrossian, ex-secretário da pasta nas gestões de Antonio Belinati (PP), servidores reclamam que estariam sendo coagidos a aderir à lista, sob pena de serem retaliados caso ele assuma o cargo. Agajan não foi localizado ontem à tarde pelo JL. O repórter deixou recado no consultório, mas foi informado que ele estava em viagem e voltaria a Londrina somente na quinta-feira.

Mesmo que o abaixo-assinado de Agajan cresça, ele tem algumas dificuldades. No meio político, o nome não é bem visto. Na Câmara, faltam defensores para ele.

Na Caapsml, o atual superintendente Walter Marcondes Filho admite que há uma lista correndo, mas negou que a iniciativa seja sua. “Isso é por conta dos funcionários, não há a minha participação”, declarou. Assim como no caso de Agajan, servidores que pedem para não serem identificados alegam que estariam sendo pressionados a assinar a lista, o que é negado por Marcondes.

Mesmo que a lista ganhe muitos adeptos, Marcondes tem outra aresta a aparar: ele é filiado ao PSDB e fez campanha para Luiz Carlos Hauly, candidato do seu partido. Mas, para Marcondes, isso não seria problema. Ele admite que, se for convidado pelo prefeito eleito, pode pensar em continuar no cargo: “Eu tenho que consultar o partido. Se fosse para ficar, seria porque é uma instituição só para o servidor”, declarou. “Eu penso primeiro na cidade”, disse.

Reportagem: Jornalista Fábio Silveira

Fonte: JORNAL DE LONDRINA