SUPOSTA LISTA INDICARIA EX-SECRETÁRIO DE BELINATI


Enquanto o prefeito eleito Barbosa Neto (PDT) não anuncia oficialmente o secretariado, o ''bolão'' de nomes cotados para os cargos parece só aumentar. Ontem, por exemplo, o provável secretário da vez era o endocrinologista Agajan Der Bedrossian, ex-secretário de Saúde de Antonio Belinati (PP) e que novamente estaria cotado para a Pasta. A diferença entre essa suposta indicação e as demais que vêm sendo ventiladas, contudo, estaria no lobby empregado para tal: funcionários da Autarquia Municipal de Saúde (AMS) ouvidos pela FOLHA, sob a condição de anonimato, disseram que servidores ligados a Bedrossian estariam passando uma lista de adesão ao nome do médico.

Duas servidoras de carreira, de setores distintos na AMS, afirmaram que o ''abaixo-assinado'' estaria constrangendo os funcionários, que acabam assinando por medo de represálias - mesmo motivo pelo qual não quiseram se identificar. ''Isso começou já na segunda-feira após a eleição do Barbosa. Nos apresentam essa lista de suposta adesão, mas sabendo bem onde cada um que assina, ou se nega a assinar, trabalha - constrangido, o pessoal acaba aderindo'', disse uma das fontes. A outra entrevistada confirmou o suposto constrangimento e garantiu que, além dela, outros colegas teriam passado pela situação. Já um médico da autarquia admitiu ter tido acesso à lista, mas negou qualquer tipo de pressão. ''Foi na sexta passada, mas assinava quem queria.''

A FOLHA tentou contato com o ex-secretário, na residência dele, mas foi informada por sua esposa que ele estava em viagem a Curitiba e o celular teria ficado em Londrina. Ela disse desconhecer, porém, tanto a lista quanto eventual pretensão do marido em retornar à administração. Mesma postura foi adotada por Barbosa, que resumiu: ''Ninguém está autorizado a falar sobre secretariado em meu nome e, até a diplomação, não tem nada ainda em vista''. Indagado sobre a suposta lista, definiu: ''Se houver algo nesse sentido, eu preciso ser informado''.

O nome de Agajan veio a público mais recentemente em dezembro de 2007, quando a Promotoria de Defesa dos Direitos e Garantias Constitucionais ajuizou denúncia criminal por tráfico de entorpecentes contra ele e mais três médicos, um farmacêutico e duas donas de farmácias de Londrina. Conforme a ação assinada pelo promotor Paulo Tavares, o grupo - que negou as acusações - estaria envolvido na prescrição, produção e venda de fórmulas com substâncias psicotrópicas do tipo anfetamina para fins de emagrecimento. (J.G.)

Fonte: Jornal FOLHA DE LONDRINA