Coordenador executivo da campanha pedetista e futuro secretário municipal de Gestão Pública, o executivo Kentaro Takahara, 68, já desde a semana passada fora anunciado pelo prefeito eleito Barbosa Neto (PDT) - ainda que sem a definição da pasta a ser assumida - como primeiro integrante da nova equipe de governo. Apesar de ter participado da equipe de transição, contudo, Takahara alegou ontem, em entrevista à FOLHA, que ''ainda não conhece a realidade'' do Município quanto às possibilidades de reposição ao funcionalismo público municipal e mesmo de revisão ou não de ações tomadas durante a interinidade em contratos de terceirização que renderam polêmica - tais como o da merenda, com a SP Alimentação, suspenso desde 13 de março; o da limpeza dos prédios públicos, rompido com a Tolimp mês passado; e o da capina e roçagem, que se encerrou e vinha sendo há cinco anos executado pela Visatec.

O futuro secretário - que, antes de assumir a carreira executiva em Londrina, aos 18 anos, foi colono e bóia-fria, no interior de São Paulo - preferiu não adiantar nenhuma medida que será tomada já de início pelo órgão que, além de uma folha mensal de R$ 15,5 milhões do funcionalismo, ainda comandará todos os processos licitatórios da administração direta e também da Autarquia Municipal de Saúde (AMS). ''Prefiro falar depois que tomar posse e conhecimento de todas as possibilidades de caixa e de remanejamento de recursos, mas a idéia é conhecer essa realidade muito de perto com a participação dos servidores que atuam na área'', disse.

Takahara adimitiu que as terceirizações na gestão Barbosa deverão continuar - ''isso é uma tendência mundial nas empresas privadas e nos órgãos públicos, principalmente das chamadas atividades meio'' -; por outro lado, não descartou que a municipalização de serviços como a merenda também seja uma opção para ser analisada. ''Temos que verificar a natureza do serviço, a forma de fiscalização, as condições do contrato e tudo o mais que for necessário para concluir se é interessante continuar com a terceirização ou o órgão público assumir a tarefa. Em suma, é analisar os prós e os contras (da municipalização), cotejar e comparar com o custo-benefício da terceirização, ouvindo também, para isso, as pessoas envolvidas, como os diretores de escola''.

A queda na arrecadação prevista para o IPTU dos primeiros meses do ano e também no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) foi citada pelo novo secretário para justificar o ''quadro difícil'' que, assegura, será pano de fundo para análise dos projetos atuais e futuros. Se podem ser revistas ações do interino José Roque Neto (PTB), tais como a reposição (ainda não aprovada pela Câmara) de 2,9% aos servidores municipais? ''Sem conhecer bem a realidade de caixa da Prefeitura e de possibilidade de aumento nas arrecadações a curto e médio prazo, para avaliar a questão, tudo que falasse agora seria só um palpite. Os assuntos têm que ser conduzidos com cuidado, com base em questões financeiras e operacionais, e muita prudência'', resumiu.

Jornalista: JANAINA GARCIA

Fonte: FOLHA DE LONDRINA