SERVIDORES DE CURITIBA ENTRAM EM GREVE


A expectativa é que seja mantido apenas o atendimento emergencial; Prefeitura acredita que adesão será mínima.

Curitiba - Os servidores de Curitiba devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. O indicativo da paralisação foi aprovado por uma assembléia dos funcionários realizada no último dia 31, após uma manifestação reivindicando reposição de perdas salariais e melhores condições de trabalho. Na ocasião, os servidores recusaram uma proposta da Prefeitura para retomar a negociação salarial em julho.

De acordo com os sindicatos dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc) e dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) a expectativa é de que todos os funcionários da administração direta parem as atividades, mantendo-se apenas o atendimento mínimo na saúde. O sistema de transporte coletivo, por ser de administração indireta, não deverá ser afetado.

Os sindicatos afirmaram que solicitaram uma reunião com a presença do prefeito da cidade, Beto Richa (PSDB), para discutir as exigências da categoria. Com base no resultado deste encontro os servidores devem realizar, no final da tarde, uma nova assembléia para decidir se continuam ou não a greve.

Segundo a presidente do Sismuc, Irene Rodrigues dos Santos, a decisão pela greve foi tomada após esgotadas todas as possibilidades de negociação com a Prefeitura. Ela diz que, embora a pauta de reivindicações seja antiga não teria havido nenhuma contraproposta por parte do Executivo e que acordos em negociações anteriores não teriam sido cumpridos pelo prefeito.

A categoria reivindica, entre outras coisas, a reposição de perdas salariais acumuladas de 14,61% no período entre março de 1999 e fevereiro de 2008, segundo o cálculo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os servidores alegam ainda que não há progresso na negociação de temas como a ampliação das horas-atividades para os profissionais do magistério e discussões sobre a saúde do trabalhador e assédio moral. O sindicato alega que o fracasso na negociação seria causado, em grande parte, porque as mesas são formadas por representantes da prefeitura sem poder de decisão.

Para o secretário Municipal de Recursos Humanos, Paulo Afonso Schmidt, a greve teria motivações políticas. Ele afirma que haveria um acordo, realizado em 31 de março, para adiar a negociação de um possível reajuste para julho e que as negociações que não envolvem o setor financeiro estariam em curso.

Segundo o secretário, a indefinição da receita do município devido a crise econômica mundial obrigaria a adiar a discussão. ''Estava previsto que as negociações salariais fossem retomadas após o fechamento das contas municipais do primeiro semestre. Em nenhum momento, os sindicatos levaram essa reivindicação até a mesa de negociação após a realização desse acordo'', afirmou.

Schmidt disse ainda que acredita que a adesão à paralisação será pequena, mas que a Prefeitura estará preparada para manter os serviços essenciais. Ele garante que, em setores como a educação, por exemplo, os núcleos terão condições de substituir professores que aderirem à greve.

Karla Losse Mendes
Equipe da Folha

Fonte: Jornal FOLHA DE LONDRINA