GREVE EM CURITIBA Apesar de multa, servidores decidem manter greve por tempo indeterminado


Sindicatos afirmam que estão mantendo serviços essenciais. Justiça determinou multa de R$ 50 mil por dia para os sindicatos em caso de falta de atendimento à população

Os servidores municipais de Curitiba decidiram manter a greve por tempo indeterminado, mesmo depois de uma decisão da Justiça do Paraná, desta quinta-feira (16), que determinou uma multa de R$ 50 mil por dia caso os sindicatos não mantenham os serviços básicos e a continuidade integral dos serviços prestados pela Guarda Municipal. A definição pela continuidade da paralisação foi tomada após uma assembleia, na tarde desta quinta-feira.

Ao contrário do que a prefeitura divulgou, o juiz Marcelo de Resende Castanho, do plantão judiciário da Justiça Estadual, não declarou a greve ilegal. "O direito de greve encontra guarida constitucional mesmo em se tratando de servidor público, sendo que a alegação de abusividade e ilegalidade do ato por parte dos requeridos em sede de cognição não pode ser aferida nesta fase", afirmou na decisão da liminar.

“A greve continua amanhã (sexta-feira, 17) com toda a força. Esperamos que a prefeitura reveja essa postura. Em momento nenhum a Justiça declarou que a greve era ilegal. Estamos mantendo os serviços nos locais essenciais”, afirmou Irene Rodrigues dos Santos, presidente do Sindicado dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc). Irene confirmou que recebeu a decisão liminar da Justiça e garantiu que os sindicatos vão cumpri-la.

Uma comissão com representantes do Sismuc e do Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal (Sismmac) foi recebida, por volta das 14 horas desta quinta-feira, pelos secretários municipais de Recursos Humanos, Paulo Schmidt, e de Governo, Rui Hara, mas novamente não houve acordo. Enquanto os funcionários pedem aumento de 39,52%, a administração municipal oferece 6,5% – reajuste aprovado pela Câmara Municipal.

O secretário Paulo Schmidt disse que um novo valor só pode ser discutido no segundo semestre. “Esses 39% de reajuste são um patamar para se iniciar a discussão, mas a prefeitura não quer nem discutir”, afirmou Irene.

Consequências

Segundo a prefeitura, nesta quinta-feira três escolas ficaram fechadas em razão da greve: Colônia Augusta, Dário Vellozo e Pró-Morar Barigui, todas na Cidade Industrial de Curitiba. Doze unidades de saúde tiveram funcionamento parcial nesta quinta-feira.

“A tendência é que na sexta-feira esse número aumente, em razão da atitude da prefeitura. O desrespeito com que trata o servidor”, definiu a presidente do Sismuc. A partir das 11 horas de sexta-feira haverá uma concentração dos servidores públicos na Praça Santos Andrade, às 15 horas os sindicatos prometem fazer um ato público e às 16 horas uma nova assembleia para definir quais serão os novos rumos da greve.

Paralisação

Os professores e servidores iniciaram uma greve por tempo indeterminado, na quarta-feira (15), para pedir um reajuste salarial de 39,52%, que, segundo eles, compensaria perdas dos últimos 10 anos.

Aproximadamente 1,5 mil manifestantes participaram de uma passeata até o prédio da prefeitura entre a manhã e a tarde do primeiro dia de paralisação.

Fonte: Jornal GAZETA DO POVO

Jornalista: ADRIANO KOTSAN