PREFEITURA DE LONDRINA NÃO PRECISA SE PREOCUPAR COM A CRISE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no dia 14/04, que os prefeitos que sofreram perdas com os repasses do FPM (Fundo de Participação dos MunicÃpios) não têm motivos para "apertar o cinto". Uma semana antes,
Lula fez a nova declaração no Paraná, ao comentar rumores de que prefeitos acharam insuficiente o repasse emergencial de R$ 1 bilhão pelo governo federal para tentar compensar a queda de arrecadação.
"Você toma um remédio de cada vez. Não há razão para o prefeito apertar o cinto, não. Veja, o ano passado foi um ano primoroso de FPM. E nós, num momento de crise, em que todos têm que perder, tanto que o governo federal está perdendo, estamos garantindo que nenhum prefeito do Brasil vá receber menos do que recebeu ano passado", disse Lula em entrevista, após participar de evento comemorativo aos 110 anos da empresa de papel e celulose Klabin,
O presidente afirmou que o repasse, que chegou a cerca de R$ 50 bilhões no ano passado, era "uma conquista extraordinária" pelo fato de ter sido o maior repasse do governo federal aos municÃpios. "Pergunte a qualquer prefeito se nos últimos dez anos eles receberam a quantidade de recursos que receberam nos últimos cinco anos", afirmou Lula.
Ele disse que, se a queda na arrecadação persistir, os prefeitos continuarão a ser atendidos. "Garantimos a eles que, se perderem em outros meses, nós iremos fazer a reposição mês a mês porque não queremos que o governo federal esteja bem e os prefeitos estejam mal", disse o presidente.
A declaração contra "apertar o cinto" de hoje é o oposto do que o próprio Lula havia dito há oito dias, durante inauguração de usina de biodiesel
Na ocasião, o presidente declarou, a uma plateia que incluÃa prefeitos, que "todos nós vamos ter que apertar o cinto, mas nenhum de nós vai morrer na seca, como muitos municÃpios brasileiros já morreram durante tanto e tanto tempo".
Sobre a crise econômica, Lula disse hoje, em discurso, que "50% do resultado da crise é um pouco de pânico que tomou conta da sociedade".
"Nós precisamos fazer a sociedade acreditar que ela pode comprar aquilo que é essencial para ela sobreviver sem precisar se endividar ou sem precisar colocar em prática no Brasil um subprime", afirmou.
DIMITRI DO VALLE
da Agência Folha,