Metalúrgicos rejeitam propostas e número de trabalhadores em greve sobe para 11 mil


Funcionários da Volvo decidiram por paralisação por tempo indeterminado nesta manhã. Volkswagen e Renault, que seguem sem atividades, têm audiências com sindicato nesta terça.

Os 2,6 mil metalúrgicos da unidade da Volvo em Curitiba decidiram se unir aos 8,5 mil trabalhadores das fábricas da Renault e Volkswagen em São José dos Pinhais, na região metropolitana, e iniciaram uma greve por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira (15). A decisão foi tomada em assembléia, após o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) apresentar a última proposta recebida da direção da empresa, a qual foi rejeitada pela grande maioria, segundo a entidade. Na Renault e na Volkswagen, a paralisação já dura quase duas semanas.

Na segunda-feira (14), a Volvo ofereceu reajuste salarial de 6,53%, o que representa aumento real de 2%, mais um abono de R$ 2 mil, ambos para outubro, além da garantia de estabilidade de todos os operários até o início de dezembro. O sindicato dos trabalhadores, entretanto, pede aumento real de 5% e abono de R$ 2 mil já em setembro, além de elevação do piso salarial para R$ 1,5 mil, aumento do vale-mercado de R$ 60 para R$ 120 e garantia de estabilidade até o dia 31 de dezembro.

“A proposta é quase a mesma que foi feita para os trabalhadores da Renault e da Volkswagen, que também rejeitaram”, diz Nelson Silva de Souza, diretor do SMC. “Ainda está longe do que reivindicamos”. Por volta das 8h30 desta terça, logo após a assembleia, as atividades foram totalmente paralisadas na fábrica, que produz, em média, 80 ônibus e caminhões por dia.

Procurada pela reportagem por volta das 9h30, a assessoria de imprensa da Volvo informou que estava em contato com a diretoria da empresa e que em breve divulgaria um posicionamento oficial.

Renault e Volkswagen

Também em assembléias no início da manhã desta terça-feira, os 3,5 mil trabalhadores da Volkswagen e os 5 mil funcionários da Renault decidiram manter a paralisação nas duas fábricas, iniciadas, respectivamente, nos dias 3 e 4 de setembro. As duas montadoras de São José dos Pinhais ofereceram reajuste de 6,53% a partir de novembro, e abono de R$ 2 mil neste mês. O sindicato pede 10% de aumento.

Audiências entre sindicato e diretores das duas montadoras estão marcadas para esta terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Às 9h30 está agendada a reunião com representantes da Renault, e às 11 horas, com a diretoria da Volkswagen.

A cada dia de paralisação a Volkswagen deixa de fabricar 850 unidades dos veículos da linha Fox e Golf. Já a montadora francesa calcula que deixa de produzir em média 650 veículos de passeio por dia, além de 180 utilitários.

Fonte: Jornal de Londrina