Nova empresa de capina já esteve no alvo da PF em Minas


A Construtora Xapuri (Conspuri), contratada pela Prefeitura para começar nesta segunda-feira o novo serviço de roçagem, raspagem de calçadas e coleta de entulho em Londrina, já enfrentou investigações em Minas Gerais, onde em julho do ano passado dois dos seus proprietários foram presos pela Polícia Federal na Operação João de Barro. A ação da PF combatia fraudes e desvio de recursos no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Lucas de Prado Kallas, dono do grupo Etenge, do qual a Conspuri é integrante, foi um dos alvos da investigação. O JL solicitou informações sobre o inquérito à PF, em Belo Horizonte, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

Durante a semana, o jornal tentou entrevistar Kallas após indicação de um funcionário da Etenge em Minas que o apontou – por mais de uma vez - como responsável pela Conspuri, onde ainda trabalharia. Na sexta-feira, no entanto, o assessor de comunicação Moisés Rosa afirmou que Kallas não é mais parte da empresa, que nada foi provado contra ele e a Etenge e que um grupo econômico de São Paulo adquiriu a nova responsável pela capina em Londrina, que chegará com o nome novo de Biotec. Segundo ele, a Etenge foi investigada – mas não a Conspuri. “Londrina vai se surpreender com o serviço exemplar que fazemos”, assegurou, afastando suspeitas.

A empresa de Belo Horizonte obteve contrato emergencial de R$ 2,4 milhões no total para, em seis meses, executar serviços de limpeza pública – o que indignou vereadores. Rony dos Santos (PTB) aguarda que a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) responda um pedido de informações com detalhes sobre a contratação da empresa.

A lei federal 11.445 impõe a existência do Plano de Saneamento como condição para licitações formais. Sem esse instrumento, resta à administração contratar emergencialmente empresas para serviços ambientais. Atualmente, todos os serviços ambientais vigem a partir de contratos sem licitação: coleta de lixo (Seleta), coleta seletiva (Visatec), operação do aterro (Construsinos) e, agora, a Conspuri. O imbróglio começou com o ex-prefeito Nedson Micheleti (PT), que não conseguiu mobilizar o plano, provocando riscos à gestão dos contratos públicos. Como a elaboração do documento apenas engatinha, já passam de uma dezena os contratos sem licitação. “Queremos saber se não há outra forma de garantir mais transparência a eles”, afirma o vereador Rony.

Fonte: Jornal de Londrina